No dia 14/03 foi divulgado o índice de reajuste para todos os trabalhadores de educação básica privada. O percentual de 7,43% foi calculado como previsto na Convenção Coletiva: "média aritmética dos índices inflacionários do período compreendido entre 1º de março de 2010 e 28 de fevereiro de 2011, apurados pelo IBGE (INPC), FIPE (IPC) e DIEESE (ICV), acrescido de 1,2%".
Poucos dias mais tarde, o sindicato patronal (Sieesp) voltou atrás e passou a questionar o valor divulgado: o índice era 7,42% e não 7,43%.
A polêmica deveu-se a uma questão de arredondamento de números e também ao discutível critério adotado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) para divulgar o Índice de Preços ao Consumidor (IPC).
Partindo dos números oficiais que vinham sendo informados mensalmente, calculamos o acumulado ente março/2010 e fevereiro/2011: INPC-IBGE, 6,36%; ICV-DIEESE, 6,25% e IPC-FIPE, 6,07.
Diferentemente, a FIPE divulgou 6,05%. Com 0,02% a menos, o índice final passaria de 7,43% para 7,42%. Esse foi o motivo da tempestade em copo d'água.
Para calcular a inflação acumulada entre março de 2010 e fevereiro de 2011, a Fipe usou os valores do IPC, mês a mês, com quatro dígitos após a vírgula. O resultado final foi 6,0467. Arredondado, 6,05%.
O problema é que o IPC nunca é divulgado com quatro casas decimais. Para se ter acesso a esses valores, é preciso recorrer a uma outra tabela ("números índices") e fazer contas, mês a mês.
Ora, a Fipe está errada. Ou ela passa a informar a inflação sempre com quatro casas decimais ou faz os cálculos com base nos números que divulga em seu site. Nessa hipótese, o acumulado entre março/2010 e fevereiro/2011 é 6,07%.
As contas divulgadas no dia 14 estavam corretas, ao contrário do que afirmou o Sieeesp.
O que não tem preço
Para calcular o percentual de reajuste, a Fepesp e o Sieeesp sempre usaram os índices mensais de inflação grafados com duas casas decimais, porque assim eles são divulgados pelos diferentes institutos.
Dessa vez, o Sieeesp decidiu mudar as regras, valendo-se de um critério que supostamente poderia beneficiar algumas escolas.
Bobagem. A mudança em 0,01% terá pouquíssimo ou nenhum impacto sobre os salários. Basta fazer contas.
Para que a falta de racionalidade não contaminasse ainda mais o debate, um novo comunicado conjunto foi assinado no dia 24/03, dando como definitivo o índice de 7,42%.
O custo maior - e que não pode ser expresso em centavos - ocorre quando as regras deixam de ser respeitadas e quando a história deixa de ser contada. Disso, a Fepesp e os sindicatos dos professores e dos auxiliares nunca poderão ser acusados.
Tirado do site da Fepesp.
Poucos dias mais tarde, o sindicato patronal (Sieesp) voltou atrás e passou a questionar o valor divulgado: o índice era 7,42% e não 7,43%.
A polêmica deveu-se a uma questão de arredondamento de números e também ao discutível critério adotado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) para divulgar o Índice de Preços ao Consumidor (IPC).
Partindo dos números oficiais que vinham sendo informados mensalmente, calculamos o acumulado ente março/2010 e fevereiro/2011: INPC-IBGE, 6,36%; ICV-DIEESE, 6,25% e IPC-FIPE, 6,07.
Diferentemente, a FIPE divulgou 6,05%. Com 0,02% a menos, o índice final passaria de 7,43% para 7,42%. Esse foi o motivo da tempestade em copo d'água.
Para calcular a inflação acumulada entre março de 2010 e fevereiro de 2011, a Fipe usou os valores do IPC, mês a mês, com quatro dígitos após a vírgula. O resultado final foi 6,0467. Arredondado, 6,05%.
O problema é que o IPC nunca é divulgado com quatro casas decimais. Para se ter acesso a esses valores, é preciso recorrer a uma outra tabela ("números índices") e fazer contas, mês a mês.
Ora, a Fipe está errada. Ou ela passa a informar a inflação sempre com quatro casas decimais ou faz os cálculos com base nos números que divulga em seu site. Nessa hipótese, o acumulado entre março/2010 e fevereiro/2011 é 6,07%.
As contas divulgadas no dia 14 estavam corretas, ao contrário do que afirmou o Sieeesp.
O que não tem preço
Para calcular o percentual de reajuste, a Fepesp e o Sieeesp sempre usaram os índices mensais de inflação grafados com duas casas decimais, porque assim eles são divulgados pelos diferentes institutos.
Dessa vez, o Sieeesp decidiu mudar as regras, valendo-se de um critério que supostamente poderia beneficiar algumas escolas.
Bobagem. A mudança em 0,01% terá pouquíssimo ou nenhum impacto sobre os salários. Basta fazer contas.
Para que a falta de racionalidade não contaminasse ainda mais o debate, um novo comunicado conjunto foi assinado no dia 24/03, dando como definitivo o índice de 7,42%.
O custo maior - e que não pode ser expresso em centavos - ocorre quando as regras deixam de ser respeitadas e quando a história deixa de ser contada. Disso, a Fepesp e os sindicatos dos professores e dos auxiliares nunca poderão ser acusados.
Tirado do site da Fepesp.