sexta-feira, 30 de maio de 2014

Professores do Colégio Exata estão há dois meses sem receber salários

As professoras e professores do Colégio Exata, localizado no Jardim Cumbica, estão sem receber salários e com o FGTS atrasado desde março deste ano. Embora­ essa informação tenha nos deixado revoltados pela sua gravidade, o descaso dessa instituição com os seus trabalhadores não nos causou surpresas. No ano passado, após inúmeras denúncias a respeito das condições de informalidade na contratação de professores, a direção do estabelecimento assinou um Termo de Compromisso com o Sinpro Guarulhos no qual se comprometeu em registrar todos os seus profissionais até o início deste ano. A negociação previa ainda o pagamento do piso salarial, o fornecimento de cestas básicas e o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) tal qual previsto na Convenção Coletiva de Trabalho. Quase um ano depois da assinatura deste termo é no mínimo preocupante que a instituição insista nas mesmas práticas desrespeitosas que prejudicam seus trabalhadores e comprometem a atividade escolar. Por isso o Sinpro Guarulhos vem a público cobrar que a direção do Colégio Exata regularize o pagamento dos trabalhadores. Não admitiremos novos ataques aos direitos da categoria!

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Processo de atribuição de aula evidencia política de precarização do trabalho docente


O início de um semestre letivo envolve questões que costumam mobilizar patrões e professores nas instituições de ensino superior: fixação do número de classes e disciplinas oferecidas, definição da carga horária, atribuição de cursos e aulas e disponibilidade dos docentes para o arranjo do calendário escolar. Procedimentos comuns, mas que nem sempre são conduzidos de forma respeitosa pelas instituições.

Este parece ser o caso da UNG onde, mais uma vez, neste início de ano, os professores enfrentaram uma série de problemas relacionados ao processo de atribuição de aulas. Situações envolvendo redução unilateral do número de turmas, ausência de prioridade na atribuição para docentes com maior titulação e maior tempo de casa e coação por parte das diretorias para que alguns profissionais assumissem mais turmas do que poderiam foram comuns em vários cursos.

O caso dos professores doutores e professores mais antigos ilustra bem a política de desvalorização do trabalho docente promovida por esta universidade. Há anos, este segmento da categoria, que, em tese, deveria ter prioridade na atribuição de aulas, têm sido preterido em relação aos professores mais novos nesse processo. Esta prática teria como pano de fundo uma orientação informal da reitoria para que os diretores de curso estabeleçam um número limite de turmas a serem destinadas aos professores doutores e professores com maior tempo de casa, com o objetivo de conter a progressão salarial desses profissionais e reduzir os custos com pessoal. Essa prática, aliada à grande rotatividade de professores recém-contratados, evidencia a existência de uma política institucional que visa, sobretudo, o lucro em detrimento da valorização do trabalho docente e da qualidade de ensino.

Devido à essa política extraoficial, muitos professores sofreram redução no número de aulas sem aviso prévio logo após o início deste semestre. Isso acontece porque, no período da “volta às aulas”, a UNG costuma lançar os nomes dos professores doutores na grade horária para obter maior credibilidade junto ao MEC. Mas passado este período de maior visibilidade comercial, os diretores redistribuem a grade entre os professores sem comunicar os cortes individualmente. Cabe lembrar que essa política perversa constrange justamente os profissionais que há mais tempo se dedicam à atividade docente na instituição.

Outra questão enfrentada pela categoria neste início de semestre foi a coação por parte das diretorias de curso para que os professores assumissem um maior número de turmas. Isso aconteceu principalmente depois que os dirigentes se viram obrigados a dividir turmas superlotadas sem a prerrogativa de contratar novos profissionais. Com isso, muitos professores tiveram seus nomes lançados na grade para assumir aulas para as quais não haviam dado qualquer anuência. Ao manterem a recusa, foram obrigados pelos diretores a escrever, de próprio punho, uma carta à Reitoria justificando o motivo pelo qual estavam “declinando” das aulas. Fica a questão: como o professor pode ser obrigado a justificar a desistência de uma aula que ele nunca aceitou? Essa prática simplesmente não é aceitável!