INTRANSIGÊNCIA PATRONAL COLOCA NEGOCIAÇÕES EM RISCO
A intransigência e inconseqüência dos representantes dos mantenedores do Ensino Superior tornam cada vez mais difícil uma saída negociada para o reajuste salarial. Na última rodada de negociação, dia 13/05, os patrões reafirmaram a proposta anterior, pautada e rejeitada em assembleia pelos professores, de 4% a partir de março de 2010 e 1,8% em janeiro de 2011.
A inflação no período de nossa data-base (março/2009 a fevereiro/2010) foi de 5,18%, segundo o critério que tem sido adotado nas convenções dos últimos anos: a média dos três principais indicadores: ICV-DIEESE, INPC-IBGE e IPC-FIPE. Aceitar tal proposta significa abrir mão da recomposição dos salários com base nas perdas inflacionárias. Mesmo com a proposta de acrescentar 1,18% em janeiro de 2010, atingido o índice inflacionário do período, ainda assim, os professores teriam perdas na massa salarial.A Federação dos Professores do Estado de São Paulo (FEPESP), junto com os Sinpros integrantes de sua base, tem tentado nas últimas semanas, encontrar uma saída negociada. Uma delas seria recuperar a perda na massa por meio de um abono especial. Entretanto, os representantes do sindicato patronal mostraram-se irredutíveis, alegando dificuldades financeiras para aceitar uma proposta que ultrapasse os 4%.
Diante do fracasso das negociações, na próxima terça feira (25/05), os Sinpros estarão reunidos na FEPESP para deliberarem sobre os encaminhamentos possíveis. Não está descartada a possibilidade de Dissídio Coletivo, tampouco de uma paralisação que dê um basta na intransigência dos patrões. É importante lembrar que o ensino superior privado responde em grande parte pelos índices de crescimento da economia e que está entre os seus setores mais rentáveis, por isso mesmo é descabido o argumento de que faltam recursos. No fim das contas os patrões querem transferir para os professores o ônus de seu investimento, alegando que a inadimplência impede um acordo minimamente razoável para os trabalhadores. Caso não seja possível uma saída negociada a responsabilidade pelos possíveis desdobramentos devem ser atribuídas aos patrões.
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