sexta-feira, 21 de maio de 2010

ENSINO SUPERIOR

INTRANSIGÊNCIA PATRONAL COLOCA NEGOCIAÇÕES EM RISCO
A intransigência e inconseqüência dos representantes dos mantenedores do Ensino Superior tornam cada vez mais difícil uma saída negociada para o reajuste salarial. Na última rodada de negociação, dia 13/05, os patrões reafirmaram a proposta anterior, pautada e rejeitada em assembleia pelos professores, de 4% a partir de março de 2010 e 1,8% em janeiro de 2011.
A inflação no período de nossa data-base (março/2009 a fevereiro/2010) foi de 5,18%, segundo o critério que tem sido adotado nas convenções dos últimos anos: a média dos três principais indicadores: ICV-DIEESE, INPC-IBGE e IPC-FIPE. Aceitar tal proposta significa abrir mão da recomposição dos salários com base nas perdas inflacionárias. Mesmo com a proposta de acrescentar 1,18% em janeiro de 2010, atingido o índice inflacionário do período, ainda assim, os professores teriam perdas na massa salarial.
A Federação dos Professores do Estado de São Paulo (FEPESP), junto com os Sinpros integrantes de sua base, tem tentado nas últimas semanas, encontrar uma saída negociada. Uma delas seria recuperar a perda na massa por meio de um abono especial. Entretanto, os representantes do sindicato patronal mostraram-se irredutíveis, alegando dificuldades financeiras para aceitar uma proposta que ultrapasse os 4%.
Diante do fracasso das negociações, na próxima terça feira (25/05), os Sinpros estarão reunidos na FEPESP para deliberarem sobre os encaminhamentos possíveis. Não está descartada a possibilidade de Dissídio Coletivo, tampouco de uma paralisação que dê um basta na intransigência dos patrões. É importante lembrar que o ensino superior privado responde em grande parte pelos índices de crescimento da economia e que está entre os seus setores mais rentáveis, por isso mesmo é descabido o argumento de que faltam recursos. No fim das contas os patrões querem transferir para os professores o ônus de seu investimento, alegando que a inadimplência impede um acordo minimamente razoável para os trabalhadores. Caso não seja possível uma saída negociada a responsabilidade pelos possíveis desdobramentos devem ser atribuídas aos patrões.

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